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Santa Teresa de Jesus

Santa Tereza 1 A origem da família teresiana no Carmelo e o sentido de sua vocação na Igreja estão intimamente vinculados ao processo da vida espiritual e ao carisma de Santa Teresa de Jesus; sobretudo às graças mísitcas que a moveram a renovar o Carmelo, orientando-o completamente à oração e à contemplação das coisas divinas, vivendo os conselhos evangélicos segundo a Regra “primitiva”, em uma pequena comunidade fraterna, fundada na solidão, na oração e estrita pobreza. É o que confere identidade própria ao Carmelo Descalço. É a única Ordem que teve como fundadora uma mulher. A forma feminina foi a que precedeu a masculina, o que não é frequente. Nas Constituições definimo-nos como “uma Ordem antiga, que une a fidelidade à tradição espiritual do Carmelo com uma procura de renovação permanente”. Tradição e procura de renovação são duas atitudes trazidas ao Carmelo Descalço pela sua mãe e fundadora Santa Teresa.

Há um tronco comum com o anterior, com uma procura da Regra Primitiva, um desejo de ir às fontes, no entanto o original nela é “a vontade de autodeterminação” para algo, que, vivido interiormente por ela, vai ser transmitido à família por ela iniciada. E dá início ao Carmelo Teresiano em 24 de agosto de 1562.

 

 São João da Cruz

Sao Joao da Cruz

Ao realizar a santa Madre o seu projeto, a divina Providência deu-lhe por companheiro São João da Cruz, comunicando-lhe o mesmo espírito.Assim, em 28 de novembro 1568 ao dar à luz oficialmente aos frades descalços, com São João da Cruz e o P. António de Jesus em Duruelo, transmitiu-lhes não só o seu estilo de vida, mas também a sua paixão ou preocupação pela Igreja e pela salvação das almas, o seu ideal apostólico e missionário.

Ambos “lançaram, de certo modo, os alicerces da Ordem”. Constituições, 4-9
Fizeram uma verdadeira refundação; havendo alcançado as raízes do Carmelo, abriram-no a novos horizontes, respondendo assim aos desafios de sua época. 

 

 

 

 

São José

Sao Jose

A devoção a São José no Carmelo Teresiano vai essencialmente unida a Santa Teresa. É um dos legados mais ricos e característicos que a Santa deixou a seus filhos. E o faz por força desta experiência e como fruto maduro da mesma. Uma herança valiosíssima. Não se compreende o Carmelo Teresiano sem São José.
Santa Teresa de Jesus é, sem dúvida, uma das primeiras mulheres da história que entrou, graças a Virgem Maria, no mistério de São José, o qual a salvou da morte, como fez com o Menino Jesus. (Ela lhe atribuiu sua cura na grave enfermidade que passou na casa de seu pai, pouco depois de entrar no Carmelo).
Foi o Senhor – segundo conta no livro de sua Vida quem lhe pediu após receber a santa Comunhão, que trabalhasse com todas as suas forças na Fundação do primeiro Mosteiro dedicado a São José. Ele protegeria uma das portas, Nossa Senhora a outra e Jesus andaria no meio das Monjas. O Mosteiro seria uma estrela de grande esplendor.

Assim, vemos a presença deste Santo já nas origens fundacionais da Reforma Teresiana. Santa Teresa escolheu a este “pai e senhor” como protetor especial da Ordem Carmelita Descalça e não só o fará titular e patrono de quase todas as Fundações, mas lhe outorgará o título de “Fundador” desta nova Família religiosa e lhe dedica a primeira igreja, até então inexistente. (Vida, 36,6).

Para animar-nos a colocar-nos constantemente sob a sua proteção, basta citá-la: “Vendo-me tão tolhida com tão pouca idade, e por não me valerem os médicos da terra, resolvi recorrer aos do céu para que me curassem; embora suportasse os sofrimentos com muita alegria, eu ainda desejava a saúde, imaginando que, com ela, serviria muito mais a Deus, embora pensasse que, se ficar curada servisse para me condenar, seria melhor continuar doente. Um dos nossos enganos é não nos submeter por inteiro ao que o Senhor faz, pois Ele sabe melhor do que nós o que nos convém.

Comecei a mandar celebrar missas e a fazer orações aprovadas, pois nunca fui amiga de outras devoções praticadas por certas pessoas, mulheres em especial, com cerimônias que, me parecendo insuportáveis, lhes causavam devoção; depois entendi que não convinham, que eram supersticiosas. Assim, tomei por advogado e senhor o glorioso São José, encomendando-me muito a ele. Vi com clareza que esse pai e senhor meu me salvou, fazendo mais do que eu podia pedir, tanto dessa necessidade como de outras maiores, referentes à honra e à perda da alma. Não me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito. Espantam-me muito os grandes favores que Deus me concedeu através desse bem-aventurado Santo, e os perigos, tanto do corpo como da alma, de que me livrou. Se a outros santos o Senhor parece ter concedido a graça de socorrer numa dada necessidade, a esse Santo glorioso, a minha experiência mostra que Deus permite socorrer em todas, querendo dar a entender, que São José, por ter-Lhe sido submisso na terra, na qualidade de pai adotivo, tem no céu todos os seus pedidos atendidos.

O mesmo viram, por experiência própria, outras pessoas a quem aconselhei que se encomendassem a ele, também por experiência; e há hoje muitas que lhe são devotas de novo, experimentando essa verdade.

Eu procurava festejá-lo com toda a solenidade, movida mais pela vaidade do que pelo espírito, querendo que tudo fosse perfeito e primoroso, embora com boa intenção. Mas havia algo de mau: se o Senhor me dava a graça de fazer um bem, eu o fazia com imperfeições e muitas faltas. Para o mal, para os exageros e para a vaidade, era grande a minha esperteza e diligência. Que o Senhor me perdoe!

Eu queria persuadir a todos a serem devotos desse glorioso Santo, pela minha grande experiência de quantos bens ele alcança de Deus. Não conheço nenhuma pessoa que realmente lhe seja devota e a ele se dedique particularmente, que não progrida na virtude; porque ele ajuda muito as almas que a ele se encomendam. Há alguns anos, sempre lhe peço, em seu dia, alguma coisa, nunca deixando de ser atendida. Se a petição vai algo torcida, ele a endireita para maior bem meu.

Se eu fosse pessoa cujos escritos tivessem autoridade, de bom grado descreveria longamente as graças que esse glorioso Santo tem feito a mim e a outras pessoas; mas, para não fazer mais do que me mandaram, em muitas coisas serei mais breve do que gostaria e, em outras, me alargarei mais do que devo, como quem em tudo o que é bom tem pouca discrição. Só peço pelo amor de Deus, que quem não me crê o experimente, vendo por experiência o grande bem que é encomendar-se a esse glorioso patriarca e ter-lhe devoção. As pessoas de oração, em especial, deveriam ser-lhe afeiçoadas; não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanta angústia passou com o Menino Jesus, sem se dar graças a São José pela ajuda que lhes prestou. Quem não encontrar mestre que ensine a rezar tome por mestre esse glorioso Santo, e não errará no caminho. Queira o Senhor que eu não tenha cometido erro por me atrever a falar dele; pois, embora apregoando que lhe sou devota, em servi-lo e imitá-lo sempre falhei. (Vida, 6,5-9).